quarta-feira, 20 de julho de 2011

WALKYRIA MARIA - UMA MISTURA DE DOR E ALEGRIA


Os opostos convivem em Walkyria Maria. Aliás, apenas Walkyria, como prefere ser chamada. - Maria é um nome bonito, mas muito comum… diz ela. Bela em sua esquisitice, lúcida em sua loucura, inteligente em sua ingenuidade. Surge na festa e vai embora sem ser percebida, acham até que se desintegra no ar. Quando anda, parece que flutua. Gosto de observar sua dança, Walkyria movimenta os braços como se estivesse em câmera lenta.

Ouço uma conversa aqui outra ali sobre ela. Dizem que seus pais são milionários e estão sempre viajando, foi criada pelas muitas babás que teve e que assustava com suas maluquices. Nenhuma parava no emprego. Seu estilo preferido é o gótico, influência da irmã mais velha (seu ideal de liberdade). Walkyria estuda pra ser estilista, é ela mesma quem confecciona suas roupas estranhas. Mais estranho ainda é seu bicho de estimação: um sapo! Um sapo chamado Flofy, que ela carrega pra cima e pra baixo numa gaiolinha de acrílico, toda furada pra ele poder respirar. Cuida desse bicho como se fosse o próprio príncipe encantado que um dia vai se transformar e a levar embora pra viver num castelo.

Não sei se anda sempre sozinha por vontade própria, ou se são as pessoas que têm medo de se aproximar dela. Já vi rapazes tentando se aproximar na pista de dança... mas quando dizem algo um pouco mais ousado em seu ouvido, levam um tapa na cara. Xi, ela já bateu em vários, fui testemunha. Nesta festa em especial ela estava mais linda do que nunca, com um vestido preto de mangas listradas e uma aranha enorme bordada no peito. Por incrível que pareça, outro garoto de cabelo moicano e o rosto todo perfurado de piercing foi falar com ela e não levou o famoso tabefe. Ficaram um bom tempo conversando num cantinho escuro. Pensei: - Hoje deve ser um dia mágico, finalmente Walkyria desencalhou!

Mas no fim da noite vi os dois na chapelaria. Walkyria foi buscar o Flofy pra ir embora com o garoto. Quando o rapaz viu o sapo, arregalou os olhos e saiu correndo. Abandonou a pobre sem nem se despedir… Walkyria se esgueirou cabisbaixa pela porta de saída. Não, ela não se desintegra. Anda de táxi, sente tristeza e alegria como todos nós, simples mortais.

Post de 5/08/2009, reeditado.

(Estou aprofundando o estudo astrológico sobre os Nódulos Lunares e pensando demais sobre a integração dos opostos. Sobre nossa LUZ e nossas sombras... Walkyria, personagem deste conto representa um pouco isso.  Creio que todos estamos assim, nos confrontando. Faz parte desse momento crucial do planeta, certo? Haja amor. Acabo de ter uma idéia pra outro post: a grande lição dos Nódulos Lunares. Um leve entendimento do tema já é de grande ajuda! Podem aguardar, sejamos felizes!)

4 comentários:

Astrid Annabelle disse...

Pois...fico aguardando.
Essa história da Walkyria Maria me deixou pensativa...
creio que precisamos da nossa sombra..sem, ficamos mancos!
Beijos para um excelente dia Marcelo!
Astrid Annabelle

Anônimo disse...

Tá mais bonito seu blog, adorei a trilha sonora, e o conto, muito gracioso! Beijo, Marcelo!"

MARCELO DALLA disse...

Astrid: ando pensativo por demais!!! Como harmonizar nossa sombra, quando ela nos sabota? Por ex: um vício como fumar, deve ser confrontado e curado, certo? É de coisas assim que eu falo...
bjos querida

MARCELO DALLA disse...

Daniella: como sempre, muito gentil!!! A casa é sua, volte sempre que quiser.
bjosssssss

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