quarta-feira, 3 de junho de 2009

A ARTE DE LIDAR COM A RAIVA II


Olá, amigos!
As escrituras do Yoga dizem que uma pessoa evoluída conserva sua raiva por um minuto; uma pessoa comum a conserva por meia hora e uma pessoa ainda não evoluída a conserva por um dia e uma noite. Mas uma pessoa cheia de mágoas lembra-se de sua raiva até morrer. É humano senti-la, mas é preciso esquecê-la rapidamente. Não devemos alimentá-la remoendo acontecimentos passados, porque este sentimento causa uma grande inquietude interior.

Somos as primeiras vítimas de nossa própria raiva, que nos queima por dentro e tira nossa paz. Obscurece pensamentos, distorce percepções e libera toxinas nos sangue. A raiva acumulada, guardada um pouco aqui e ali, nos prejudica muito e nos afasta de Deus, de nossa verdadeira essência divina, de nossa bondade e compaixão.

As pessoas pensam que alguém ou algo lhes provoca raiva, mas essa raiva já existe dentro delas, é criada e mantida por elas. Quando você a sente, não pode culpar a ninguém a não ser você mesmo.

Faz parte do nosso crescimento espiritual aprender a lidar com a raiva e ficar livre de seus efeitos negativos. Como o desejo está muito ligado à ela, é importante quando senti-la perguntar a si mesmo o que quer desta situação que não está conseguindo. Isso cria uma mudança de foco. E em vez de ficarmos presos na raiva, a observamos. E logo depois, perguntamos a nós mesmos de que outra maneira podemos conseguir o que queremos. Perceberemos que idéias alternativas surgem na mente: isso diminui o sentimento de frustração.

Existem pessoas que gostam de ficar com raiva. Sentem satisfação, poder e liberdade quando têm explosões de ira. Acham que até aliviam as tensões, mas depois se culpam. Ajudaria muito se elas entendessem que mesmo que possam sentir alívio no momento, isso não funciona. A raiva apenas escraviza. É prejudicial para nossos corpos físico, emocional, mental e espiritual.

Mas existem momentos em que a raiva é incontrolável e nem temos tempo de nos fazer perguntas sobre o que queremos. Nesses momentos não é possível sentir desapego, ficamos presos completamente.

O que podemos fazer? A melhor saída é sair da situação, dar uma volta, se afastar do ambiente ou da pessoa, tomar um copo de água, respirar algumas vezes profundamente, lembrar-se de Deus, conectar-se com seu Eu Superior. Depois, quando nos acalmarmos, podemos voltar e lidar com o assunto de uma maneira mais equilibrada, sem ofender, ou magoar. Sem nos desequilibrar. Quando falamos de uma maneira tranqüila, o outro pode nos entender e ouvir melhor, mas quando falamos com raiva só criamos mais conflitos e desarmonia. Recebemos mais raiva como retorno.

Para se afastar no momento da discussão ou apenas ficar calado até se acalmar é necessário humildade. Quando estamos com muita raiva, queremos que a outra pessoa admita que está errada e isto é orgulho. Uma armadilha do ego. Esse orgulho impede que nos acalmemos. Mas se você admitir que dissolvê-la é mais importante do que provar que o outro está errado, você sentirá a humildade libertadora. Todos os inimigos internos alimentam uns aos outros e se estamos presos no orgulho é mais difícil lidar com a raiva. A humildade nos ajuda a testemunhar o que está acontecendo dentro de nós.

Em vez de guardarmos raiva por horas, ou dias, podemos largá-la logo e evitar assim muitos momentos de sofrimento. Basta não alimentarmos este sentimento. Se voltarmos nossa atenção para outras coisas e para o momento presente, ficamos livres e podemos ter momentos felizes.

A raiva acumulada desde a infância é uma das causas da depressão. Hoje em dia muitos médicos receitam remédios anti-depressivos que podem até aliviar um pouco os sintomas, mas enquanto a pessoa não buscar sua causa verdadeira, vai continuar dependente e triste. Mas não podemos nos libertar da raiva simplesmente suprimindo-a. É necessário cultivar com constância seus antídotos: compreensão, tolerância e paciência.

Perceba em sua vida os efeitos benéficos da tolerância e da paciência e perceba também os efeitos destrutivos dos ressentimentos e das mágoas. Esta reflexão vai lhe motivar a desenvolver esses sentimentos de tolerância, paciência e aceitação, além de fazer com que você tenha mais cuidado em não alimentar pensamentos raivosos. Para ficarmos livres desse inimigo interno tão destrutivo que surge de uma mente insatisfeita e descontente, é essencial gerar o contentamento interior, a gratidão e o entusiasmo; cultivar a bondade, a benevolência e a compaixão. Esta atitude aos poucos traz a serenidade mental que impede a raiva de se manifestar.

Reiki, florais (como o Impatiens) e outras terapias ajudam na recuperação do equilíbrio emocional, como bem lembraram alguns amigos em outro post sobre este tema (leia aqui). A prática regular da meditação ou exercícios de Tai Chi e Yoga são fundamentais para dissolver a raiva e transformá-la em paciência e aceitação. O perdão surgirá espontaneamente. Com o perdão podemos abandonar os sentimentos negativos associados aos acontecimentos passados e curar nosso carma.

Sejamos felizes!!!

8 comentários:

Maria de Fátima disse...

Olá Marcelo tens um selo lá no meu blogue.Beijinhos.

adriana disse...

Marcelo,
Muito sábio.
Parabéns!
A&L

Astrid Annabelle disse...

Marcelo!
Parabéns amigo!!! Eu adorei de verdade.
Para lidar com a minha raiva quando ela se manifesta ,respiro fundo e dou um sorriso...pode ter certeza que tudo fica bem melhor!
Vou publicar este teu post no Navegante com link para o seu...
Eu gostei demais!
Um beijo.
Astrid

Astrid Annabelle disse...

Marcelo!
Já foi publicado.
Pode conferir.
Beijo.
Astrid

Adelaide Figueiredo disse...

Marcelo,

Adorei ler este post.
E bem verdade que se alimentarmos a raiva ela não sai de nós e de nós se alimenta. Ficaremos doentes de certo.

Ariadne Castro disse...

Gostei muito deste texto, até porque eu sou uma daquelas pessoas com mau feitio. Quando fico zangada, fico realmente e o melhor é não inventar um qualquer "zen" artificial só para dizer que não me zanguei. Quando tenho raiva, deixo-me ter, é natural. A raiva merece o seu momento - até porque tenho mais o que fazer e assim fico com essa parte despachada :). Sinceramente, fazem-me impressão as pessoas que ficam sempre muito pacíficas, geralmente vão só enchendo até a tampa saltar (o que não é bom para ninguém). Acho importante frisar que ninguém deve sentir culpa só porque ficou furioso - simplesmente há que avançar para além desse momento e não perder muito tempo a chover no molhado.

MARCELO DALLA disse...

Exatabemente, Ariadne do Castelo! Disseste muito bem e assino embaixo!

mário disse...

Olá.
Muito bom o seu "Blog".
Irei colocar nos meus favoritos.
Com certeza vai ajudar-me.
(Nas Minhas Raivas)
Abçs...

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