domingo, 9 de novembro de 2008

Os Planetas e as Oitavas Superiores III

(Tradicionalmente Urano, Netuno e Plutão foram considerados as oitavas superiores de Mercúrio, Vênus e Marte. Em música, uma nota "oitavada" é estruturalmente a mesma nota, isto é, mantém a mesma relação proporcional entre a frequência e o comprimento de suas ondas, mas vibra em uma frequência mais alta.)

MARTE - PLUTÃO

Marte simboliza o impulso para fora, como reage instintivamente nosso instinto de sobrevivência, a idéia-intuição, a chama perene que existe em nós, o sopro da vida, o desejo físico expressado na ereção e o desejo de penetrar do falo, na busca do fertilizar a terra mãe.

Plutão é tradicionalmente descrito como a oitava superior de Marte e simboliza o impulso totalmente impessoal que reside nos estratos mais profundos do psiquismo humano: um complexo de poder atávico, indiferenciado e irrevogável, tanto quanto o era,na mitologia grega, Hades, o deus do mundo subterrâneo (Plutão para os romanos), basta lembrar que nem Zeus-Júpiter e nem Poisedon-Netuno desafiavam sua palavra.

O poder impessoal de Plutão simboliza aquele impulso necessário para vitalizar a psique como um todo e mantê-la ativa no processo de individuação, isto é, da pessoa poder ser o que realmente ela é, além dos processos de condicionamento a que tenha sido submetida desde a concepção. O risco é o ego ter tal poder impessoal contaminando suas funções pessoais, identificando-se com ele e este julgando-se ser o 'dono", "portador", momento no qual a pessoa enlouquece ou é possuída. Acreditar ter os poderes ali pressentidos, ai então, atuando sob o comando de um ego estilhaçado, atuar como se fosse o herói, o mago, o seguidor, demônio, salvador, a grande vítima, o redentor ou outra imagem arquetípica qualquer, dependendo de qual impulso ou conteúdo transpessoal contaminou seu ego, despersonalizando-se e perdendo a possibilidade de evoluir ordenadamente, ao se deixar ofuscar por este poder ao invés de ser por ele fortalecido.

Plutão também representa a Fênix, o pássaro mitológico egípcio que todos os dias reconstruía seu ninho apenas para vê-lo se consumir pelos raios do sol do dia seguinte: graças a essa energia infindável residentes nas camadas mais profundas e coletivas, a psique individual pode destruir velhas formas e adotar formas novas para que o ego atue a partir de novas e insuspeitadas possibilidades.

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