domingo, 8 de março de 2009

O Feio e o Belo

Prefiro me atirar sem medo no mar
Do que trancar as portas de casa pra evitar que tudo aconteça.
Como meu amigo Fernando Pessoa, que se simpatiza com tudo,
Vejo beleza em tudo.

Na humildade do feio que aceitou esse papel
Pra que o belo brilhe em seu lugar.
Na ilusão do concreto
Que finge ser estável e permanente
Enquanto seus elétrons pulsam giram vibram piscam
Através das dimensóes.
Há beleza inclusive no podre,
Que serve de alimento para o novo.
Naquele que sofre,
Pois a química de suas lágrimas contém grandes lições.
Naquele que sente culpa
E um dia perceberá que carrega inutilmente um pesado saco de pedras.

Já dizia um mestre budista, erros na verdade são experiências:
Quem nunca passeou pelas sombras do Hades
Não pode compreender as belezas do Olimpo.
Quem é feliz já aprendeu a lição,
Mas nem por isso chegou ao fim do caminho.
Quem é mau escolheu se perder pra depois se encontrar de novo.
O horror, o terrível, o ódio, a dor
São o outro lado do amor e da bem-aventurança.
Uma breve espiada por cima de toda a transitoriedade
Mostra que tudo se une mais adiante.

E como EU SOU rei absoluto das minhas escolhas,
Basta a lembrança de que elas existem
Pra que a vida tenha razão de ser.

Um comentário:

muriloha disse...

Maravilhosa poesia!

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