Cresci ouvindo absurdos como “arte é coisa de vagabundo”, “arte não dá dinheiro”, “artista é gente louca”. Não era o pensamento da minha família, mas de figuras de autoridade que exaltavam apenas o lado lógico, competitivo, tão associado a um masculino distorcido que mede valor pelo poder de compra. Ao longo da história, esse viés sufocou o feminino — sensível, intuitivo, criativo — justamente o canal que nos conecta ao mistério, à transcendência, ao encantamento que colore a existência.
Hoje, numa era que clama pelo resgate do Sagrado Feminino, percebo como uma simples prática artística — pintar, cantar, escrever, dançar — pode expandir a consciência, curar feridas, devolver sentido. Imagine um mundo sem arte: silencioso, robótico, sem cor nem comunicação profunda. A arte questiona, incomoda, embeleza, provoca, amplia horizontes. Ela mexe conosco de todas as maneiras possíveis porque fala a língua das emoções e dos símbolos.
Pergunto de novo: arte serve pra quê? Serve pra tudo o que importa. Serve pra nos lembrar de que somos humanos, não máquinas; para dissolver fronteiras internas; para revelar beleza onde só havia rotina. Se todos cultivassem um passatempo artístico, teríamos mais empatia, menos violência, mais diálogo — em casa, nas escolas, nos negócios. Arte é alimento da alma. E, como estrada, ela nos conduz a destinos que a razão, sozinha, jamais alcança.
No meu mapa natal, tenho Saturno e Quíron conjuntos em Peixes na casa 4 — e isso fala muito. A arte, pra mim, é cura. É raiz, é templo, é casa interior. Mais do que expressão, é um caminho essencial do meu trabalho no mundo.
Postar um comentário
Os comentários são o maior estímulo pra este trabalho. Obrigado!