
Quem é Lakshmi?
Lakshmi — ou Laxmi — é uma das principais divindades do panteão hindu. Esposa de Vishnu, o preservador do universo, representa a força sustentadora da prosperidade, da beleza e da abundância. É reverenciada como a personificação da fartura, da generosidade e, sobretudo, da riqueza material e espiritual.
Símbolo máximo do poder feminino, Lakshmi é invocada em rituais voltados ao amor, à prosperidade, ao sucesso e ao bem-estar. Sua imagem é frequentemente retratada sentada sobre uma flor de lótus, com outras flores nas mãos e um cântaro de onde jorram moedas de ouro — símbolos da fertilidade e da riqueza infinita. Reconhecida por sua eterna juventude e formosura, ela inspira devoção e confiança na abundância da vida.
A origem do nome e seus símbolos
O nome Lakshmi vem da palavra em sânscrito Laksya, que significa “meta” ou “propósito”. Esse significado revela seu papel como guia para a realização de objetivos elevados, tanto no plano material quanto espiritual.
Como arquétipo da abundância, Lakshmi também representa a ordem e a beleza que emergem do caos — atributos expressos na flor de lótus, que brota intacta mesmo em águas turvas. Sua iconografia reforça essa ideia: uma mulher de pele dourada, serena e radiante, com quatro braços e postura ereta ou sentada sobre um lótus em plena floração. O botão de lótus em suas mãos simboliza fertilidade, pureza e força criativa.
Manifestações de Lakshmi
Além da flor de lótus, outro símbolo frequentemente associado a Lakshmi é a suástica — um antigo emblema solar que, no contexto hindu, representa vitória, sucesso e boa sorte. Trata-se de um sinal auspicioso, amplamente usado em templos, altares e celebrações dedicadas à deusa.
Quando aparece sem o lótus, especialmente em narrativas ligadas ao seu surgimento das águas cósmicas, Lakshmi recebe o nome de Apadma — uma forma que reforça sua natureza fluida, primordial e autônoma, anterior à manifestação da beleza e da ordem simbolizadas pelo lótus.
Ensinamentos espirituais
A iconografia de Lakshmi não expressa apenas prosperidade exterior, mas também princípios éticos e espirituais. Em uma de suas mãos, a deusa aparece doando moedas de ouro — gesto que representa a generosidade e o fluxo da abundância. Segundo os ensinamentos hindus, quem é avarento bloqueia esse fluxo e se distancia da vibração de Lakshmi, tornando-se espiritualmente e materialmente empobrecido.
As duas mãos erguidas, que seguram flores de lótus cor-de-rosa, trazem outra lição: a importância do amor e da compaixão. O rosa, cor associada ao afeto, lembra que a verdadeira riqueza inclui um coração aberto, capaz de acolher e compartilhar.
A casa como templo da prosperidade
Para quem deseja cultivar a energia de Lakshmi, a casa deve ser um espaço de acolhimento. A deusa habita os lares onde todos são bem recebidos — familiares, amigos e até aqueles que chegam de forma inesperada. Assim como o lótus abriga o besouro espinhoso durante a noite, fechando suas pétalas com delicadeza para que ele possa descansar em paz, um lar consagrado a Lakshmi é inclusivo, generoso e receptivo.
Tratar os hóspedes com respeito e carinho é uma forma de honrar a própria deusa. Segundo os antigos ensinamentos, ao receber alguém em casa com amor, é como se os próprios deuses tivessem vindo lhe visitar.
A leveza espiritual de Lakshmi
Um dos símbolos mais profundos de Lakshmi é sua postura sobre a flor de lótus. Ela não pisa com força, não impõe presença — está sustentada suavemente por flores gloriosas, sem causar desequilíbrio algum ao seu redor. O lótus, nesse contexto, representa um estado de consciência elevado: agir no mundo sem pesar, com graça, harmonia e desapego.
Esse símbolo ensina que a verdadeira prosperidade nasce da luz interior. Enquanto essa luz não estiver acesa dentro de nós, não compreenderemos plenamente o significado da presença de Lakshmi. É preciso cultivar essa centelha divina para que a deusa possa realmente habitar em nós e em nossos lares.
De Lakshmi a Mahalakshmi: a busca pela verdadeira realização
Na tradição da Sahaja Yoga, ensina-se que a energia de Lakshmi deve evoluir para sua forma mais elevada: Mahalakshmi. Essa transição representa o despertar de um novo nível de consciência. O homem comum transforma-se em maha-manava — o “homem maior”, aquele que transcende a busca por conforto e bens materiais.
Mahalakshmi é a deusa da ascensão espiritual, aquela que traz a verdadeira satisfação. Sob sua influência, a pessoa começa a perceber que riqueza, status ou acúmulo de objetos não preenchem o vazio interior. Surge então uma nova aspiração: encontrar aquilo que é eterno, profundo e genuinamente nutritivo para a alma.
Esse impulso não nega a prosperidade material — apenas a coloca em seu devido lugar, como um reflexo natural do equilíbrio e não como fim em si mesmo.
O verdadeiro sinal da abundância
No sistema capitalista e materialista, a busca por satisfação é infinita — nada basta. Compra-se mais e mais, numa tentativa constante de preencher um vazio que não se resolve com consumo. Mas quando o princípio de Mahalakshmi desperta em alguém, esse padrão se rompe. Surge o desejo sincero de compartilhar, de servir, de expressar a generosidade como fonte de alegria.
Esse é o primeiro sinal de que a consciência está se deslocando da Lakshmi exterior para a Mahalakshmi interior.
Segundo Shri Mataji Nirmala Devi, quando você manifesta as quatro qualidades essenciais — generosidade, proteção, hospitalidade e compaixão —, começa a mover-se em outra direção. Uma direção mais elevada, mais plena, mais conectada com o divino. Como ela afirmou em uma de suas palestras:~
“Antes de mais nada, como nós vemos, este símbolo da Lakshmi representa, como eu lhes disse antes também, que uma pessoa que tem a Lakshmi deve ser muito generosa.” – Shri Mataji Nirmala Devi, EUA, 2000
Conclusão – Prosperidade com consciência
Lakshmi não representa apenas riqueza ou beleza exterior, mas um caminho espiritual que nos convida à elevação. Quando sua energia se expressa em equilíbrio, desperta virtudes como generosidade, harmonia, acolhimento e desapego. Ao se transformar em Mahalakshmi, essa energia nos guia para uma nova busca: aquela que nasce da alma e nos aproxima do que é eterno, essencial e verdadeiro.
Ao compreender os símbolos da deusa e aplicar seus ensinamentos no cotidiano — seja no cuidado com o lar, na maneira como tratamos os outros ou na relação que temos com o dinheiro — abrimos espaço para que a verdadeira prosperidade se manifeste: aquela que nutre corpo, mente e espírito.
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MARCELO EU CHOREI VC ACREDITA???
ResponderExcluirEU TÔ ARREPIADA DA CABEÇA AOS PÉS ´, FICOU LINDO DEMAIS ... MUITA ENERGIA DELA PRESENTE NESTE MOMENTO ! AMEI AMIGO, BEIJOS DE AMOR E LUZ
NAMASTÊ
MONICA DE SOUZA
Olá, Marcelo!
ResponderExcluirMuito linda é esta força feminina! E muito curioso: em várias das representações, ela me remete à deusa da cultura negra, Oxum. Certamente, elas vibram numa mesma direção.
Saúde, irmão, e uma semana cheia de realizações!
Magnífico post!!!
ResponderExcluirEmociona mesmo pela qualidade e bom gosto!!!
Marcelo, meu artista predileto, que esta Deusa o acompanhe para sempre!!!
Beijos
Astrid Annabelle
Gratidão :)
ResponderExcluirLindoooooo de mais sou devota
ResponderExcluirOnde tenho meu altar junto com ganesha e
Shiva. E onde prático meus mantras
Om gam ganapataye namah
Amo mantras
ResponderExcluirGratidão sempre 🙏🏻
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