
Sabe aquele hábito feio — mas tão comum — de falar mal dos outros? Pois é. Sempre que a língua coça pra soltar uma crítica, uma fofoca, um veneninho, vale fazer uma pausa e pensar: o que isso diz sobre mim?
A verdade é que, quando a gente não tá bem resolvido com a própria vida, dá uma vontade quase instintiva de apontar o dedo pro outro. É como se diminuir o outro fizesse a gente parecer maior. Tipo: “se ele caiu, então eu tô bem”. Mas não, né?
Tem gente que só se sente “alguém” quando apaga a luz dos outros. Como se o brilho alheio fosse uma ameaça. Mas quem tem luz própria de verdade não precisa apagar ninguém. Luz de verdade ilumina junto, não ofusca.
E nas redes sociais, então? É fácil demais soltar uma crítica nos comentários, falar mal em público, julgar sem conhecer. Muita gente espalha ódio, ironia ou desprezo achando que isso é “sinceridade”. Mas no fundo, é só o ego tentando parecer superior. Eu sei bem — já fizeram isso comigo mais de uma vez.
A maledicência é uma armadilha emocional: quem tá mal tenta aliviar a própria dor atacando o outro. Mas o que acontece, no fim, é que a pessoa revela exatamente o que carrega por dentro. A fala vem carregada de ressentimento, inveja, carência ou frustração.
O mais irônico é que a palavra é uma das ferramentas mais poderosas que a gente tem. Dá pra curar com palavras. Dar direção. Inspirar. Criar caminhos de paz. Mas o que mais se vê é gente usando a fala pra ferir, expor ou humilhar — às vezes com ironia, outras com "boas intenções", que no fundo são só julgamento disfarçado.
Antes de abrir a boca pra criticar alguém, lembra das suas próprias vulnerabilidades. Todo mundo erra. E se for mesmo necessário corrigir ou orientar alguém, que seja de forma direta, sem platéia, com respeito e empatia.
Porque, no fim das contas, como diz o Evangelho de Lucas:“A boca fala do que está cheio o coração.”
Então a dica que fica é: Vamos alimentar melhor o coração?
As famosas "más linguas", adorei este texto Marcelo, sempre dando bons toques :)
ResponderExcluirUm abraço
Gi
O olhar voltado para fora é sempre mais crítico do que aquele que se volta para dentro. Se esse último movimento fosse uma constante em avaliação, seguramente não teríamos o primeiro. Abs!
ResponderExcluir17 Maio 2009 - Dia Mundial da Meditação e Oração Global pela Paz.
ResponderExcluirOi querido!
ResponderExcluirÓtimo texto!
Bjs.
Esqueceu-se de falar dos que escutam...
ResponderExcluirIdoMind
É verdade, dos que escutam... tenho também um ótimo texto aqui, intitulado Escutatória, de Rubem Alves. Boa idéia, vou postá-lo tb. abraço
ResponderExcluirDe toda a maledicência acho essa a pior pois é disfarçada «Há quem pronuncie palavras doces, com lábios encharcados pelo fel. Há aqueles que falam meigamente, cheios de ira e ódio.»
ResponderExcluirÓptima partilha, tens-nos colocado a pensar muito. Obrigada!
:***
A humanidade ainda tem muito a aprender, primeiro cada um tem que se gostar e se cuidar para depois aprender a gostar e cuidar do outro. Se conhecer é o caminho para evitar o desassossego da língua.
ResponderExcluirAs palavras atravessam paredes e atingem multidões. Inveja, vingança,e muitos outros vícios de caráter levam a más palavras e para toda má palavra existe um bom ouvinte se deliciando e assim formando um elo de desamor e desrespeito que vai seguindo em um jogo de vaidades e poder.Abs
Como verá isso? Fiquei curioso!
ResponderExcluirQuerido Marcelo. Mais uma pérola, encontrada por você, entre tantas babozeiras internautas. Grato pelo carinho. Abraço.
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