Houve um tempo em que eu acreditava — com certa ingenuidade, e talvez um toque de presunção — que os trânsitos astrológicos não me afetariam. Imaginava que, mantendo uma “sintonia elevada”, conseguiria atravessar os desafios ileso, como se bastasse estar em boas vibrações para não ser tocado pelas forças maiores da vida.
Na teoria, essa ideia é linda. Mas na prática, quem é que vive o tempo todo em frequência elevada? Quem já superou todos os aprendizados? E, mais ainda, quem atravessa transformações profundas sem passar por dor, fricção ou desconforto?
O caminho é gradual. Ilusão pensar numa “espiritualidade lindinha”, como se já estivéssemos prontos e, daqui em diante, fosse só luz. Com o tempo — e sigo nesse processo —, trânsitos intensos de Saturno e Plutão me ensinaram (e continuam ensinando) sobre humildade. Sou humano. Tenho fraquezas. Carrego sombras que ainda estão sendo integradas. E quanto mais reconheço meus próprios demônios internos, mais compreendo que não sou melhor nem pior do que ninguém. Isso também enriquece meu trabalho como astrólogo. Levo para os atendimentos um repertório construído na pele, e não só nos livros.
Muitas terapias e abordagens espirituais repetem que “criamos nossa realidade de acordo com nossa vibração”. Mas esse discurso pode ser perigoso quando vira cobrança. Criamos uma máscara de alegria, bem-estar e leveza — como se fosse obrigatório estarmos sempre bem, como se sentir dor fosse sinal de fracasso espiritual. Isso gera culpa, repressão, negação. Tapamos o Sol com a peneira. Empurramos tudo para debaixo do tapete.
Mas existe o tempo certo para elaborar e o espaço certo para compartilhar. Não dá pra se abrir com qualquer um, nem ficar o tempo todo remexendo na ferida. Também não adianta cair no vitimismo. Cada etapa pede discernimento. O crescimento verdadeiro exige tempo, maturidade e presença. E, ainda assim, quanta luz pode nascer do enfrentamento honesto das nossas sombras!
Escrevo isso porque percebo que reconhecer-se humano é libertador. Podemos ter fé, consciência, conhecimento — e ainda assim tropeçar, sentir dor, duvidar. E tudo bem. Seguimos juntos. Enquanto isso, a roda gira.
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