Quíron não é um planeta, nem um asteroide. É um planetoide que orbita entre Saturno e Urano. Foi descoberto no dia 1 de novembro de 1977, em sincronicidade com o boom das terapias alternativas, da cura holística, da música new age, do movimento punk e de movimentos de consciência global que defendiam as baleias, as florestas e a vida.
Na mitologia, Quíron é o curador ferido. Representa a dor da existência, as feridas da alma, a frustração de sermos humanos em busca do sagrado. Seu símbolo — o círculo com a chave — expressa esse paradoxo: a ferida é também portal. Uma chave que, quando girada com consciência, nos leva à sabedoria, à cura e à libertação.
Na astrologia, Quíron funciona como um elo entre Saturno (limites, estrutura, mundo físico) e Urano (intuição, inovação, espírito). Está situado justamente entre esses dois planetas, e isso não é por acaso: ele faz a ponte entre a forma e o invisível, entre a dor e o despertar, entre o humano e o divino.
Quíron fala das dores que carregamos — muitas vezes desde a infância ou mesmo de vidas passadas. Feridas que, por não cicatrizarem, nos tornam mais humanos, mais compassivos, mais sábios. Feridas que, quando aceitas, tornam-se remédios. Por onde sangramos, é por onde também irradiamos luz.
Quíron e os curadores da nova era
Quíron aparece em destaque no mapa natal de muitos curadores, terapeutas, professores, artistas e buscadores. Aqueles que não se encaixam nos moldes. Que se sentem diferentes, deslocados, mas que, justamente por isso, têm um chamado especial: trazer novas formas de cura, sabedoria e visão.
Ele está relacionado a deficiências, exclusões, cicatrizes invisíveis e à experiência arquetípica do exílio. Mas também aos dons inatos, à mediunidade, ao compromisso com a evolução e à cura de si mesmo e do mundo. A dor se torna missão. A missão se torna cura.
Quem tem Quíron retrógrado no mapa natal, por exemplo, pode carregar dons curativos trazidos de outras vidas. O dom de curar com as mãos, com a palavra, com o olhar. A casa onde está posicionado mostra onde essa ferida se manifesta — e também onde se encontra a chave para a libertação.
Um símbolo para o nosso tempo
Vivemos uma era quirótica. Uma era em que velhas estruturas ruem e somos convidados a olhar para dentro, curar nossas feridas mais profundas e transformar dor em serviço, sofrimento em sabedoria, exclusão em amor compassivo.
Quíron é também o mestre, o xamã, o centauro que conhece as estrelas, as plantas e os caminhos do corpo e do espírito. Ele é a sabedoria que nasce da travessia. O guia que caminha ao nosso lado dizendo: “É por aqui, mesmo que doa.”
Leia mais no meu livro “QUÍRON – A Ponte Entre o Céu e a Terra”
Se você sente que este símbolo toca a sua alma, meu livro é um convite ao mergulho profundo nesse arquétipo transformador.
Escrevi cada página com o coração — unindo mitologia, astrologia, espiritualidade e vivências pessoais. Nele você vai compreender as várias faces de Quíron, suas manifestações nos signos e casas, sua atuação nos mapas natais, revoluções solares e trânsitos.
Vamos juntos trilhar esse caminho de cura, consciência e reconexão com a nossa missão de alma.
Com carinho,
Marcelo Dalla
Astrólogo, artista e comunicador
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