
Quando Plutão nos chama: o início da grande transformação
Outro dia conversava com uma amiga que passava por uma sequência de desafios: desapego, crises no relacionamento, sensação de estagnação e uma forte urgência por empoderamento e mudança. Perguntei a idade dela: 38 anos. Imediatamente associei ao trânsito astrológico que costuma marcar essa fase — Plutão em quadratura com Plutão natal.
Todos nós passamos por esse ciclo de Plutão entre os 36 e 42 anos de idade, aproximadamente. A data exata varia de acordo com o ano de nascimento, o grau de Plutão no mapa natal e o movimento irregular do planeta, que ora acelera, ora desacelera sua marcha no céu. Atualmente, com Plutão em transição de Capricórnio para Aquário, esse trânsito tem ocorrido com mais frequência por volta dos 38 ou 39 anos.
A tensão que exige renascimento
Trânsitos de Plutão nunca são superficiais. Ele age como cirurgião da alma, abrindo espaços onde escondemos aquilo que evitamos ver. Quando forma uma quadratura com sua posição natal — um aspecto de tensão — as forças inconscientes ganham volume, pressionando por transformação.
Essa é uma fase em que antigos padrões de controle, repressão emocional ou fuga de si mesmo tornam-se insustentáveis. Plutão revela o que está corroído nas fundações da vida: relações baseadas em dependência, profissões que já não expressam a verdade interior, compromissos mantidos por medo ou culpa. Nada disso resiste por muito tempo.
Plutão trabalha por desintegração de estruturas psíquicas, para que novas formas mais autênticas possam emergir. A sensação pode ser de crise existencial, perda de propósito, esgotamento emocional ou até colapso de sistemas de vida que pareciam “seguros”. Em alguns casos, surgem doenças, separações, mudanças drásticas na carreira ou rupturas com grupos e ideologias. Tudo isso são expressões simbólicas do que precisa morrer para que o verdadeiro self assuma o comando.
Essa quadratura marca um rito de passagem silencioso, que nem sempre é visível do lado de fora, mas que opera com força avassaladora no campo interno. É comum sentir-se isolado, incompreendido ou sem respostas. Mas é nesse limiar, entre o velho que se desfaz e o novo que ainda não nasceu, que a alma se reorganiza em outro nível de poder — mais consciente, mais livre, mais essencial.
Se a pessoa resiste, o processo tende a ser mais doloroso. Mas se ela acolhe a depuração, essa crise se torna um portal para um novo ciclo de vida mais íntegro e alinhado com a verdade interna.
Um relato pessoal
No meu caso, vivi esse trânsito de forma intensa. Tenho Plutão natal na Casa 10, relacionada à carreira, e o trânsito se deu pela Casa 1, a casa da identidade e da autoconsciência. Foi como se uma camada inteira da minha identidade profissional precisasse morrer. Deixei meu emprego na televisão, onde já não me reconhecia mais. Fui em busca de respostas internas e, nesse processo, retomei os estudos de astrologia — que me levaram a me tornar astrólogo profissional.
O confronto entre o ego e a consciência: quando o velho eu precisa ceder
A quadratura de Plutão com Plutão natal representa, em seu núcleo, um embate entre o ego condicionado e a consciência que busca evolução. É comum que, nessa fase da vida — final dos 30, início dos 40 — muitas pessoas estejam obcecadas pela ideia de sucesso, conquista de status, validação externa e triunfo no mundo. Desejam chegar ao topo, provar valor, alcançar o que consideram “poder”.
Mas se esse impulso estiver desconectado do verdadeiro propósito da alma, o castelo pode ruir. O que antes parecia sólido começa a revelar rachaduras. As estruturas de vida baseadas apenas em ambição, aparência ou controle começam a se mostrar vazias. E o impulso de transformação que vem de Plutão exige que algo seja deixado para trás — não por punição, mas por depuração.
Esse trânsito nos obriga a soltar o que não é essencial. Planos, metas, vínculos, hábitos ou até identidades que cultivamos por inércia ou condicionamento são colocados em xeque. Em compensação, novos impulsos podem emergir, vindos de camadas profundas do ser. Às vezes, é algo que esteve latente por anos — uma vocação esquecida, um talento sufocado, uma verdade que não ousávamos viver.
É nesse sentido que Plutão atua como renovador silencioso da psique: desmonta o que está cristalizado para liberar o que é vital. O ego sente como perda, mas o espírito reconhece como libertação.
Uma oportunidade de consciência: transforme a crise em despertar
Ao longo dos anos, atendi muitos clientes entre os 36 e 42 anos que passavam por esse momento de virada profunda. A crise se manifesta de formas diferentes para cada um, mas sempre carrega um chamado à transformação. Os efeitos desse trânsito variam de acordo com as casas por onde Plutão transita e onde Plutão está no mapa natal. Observar essas áreas com atenção ajuda a compreender o que está sendo depurado e o que está pronto para emergir com mais autenticidade.
Acompanhar os trânsitos de Plutão no mapa é uma forma de alinhar-se conscientemente ao movimento da vida. E é essencial lembrar: o Universo não está contra nós. Ao contrário, cada crise contém uma semente de revelação. Quanto mais conscientes estivermos das nossas lições, mais podemos colaborar com o processo — em vez de resistir a ele.
Você se reconheceu nesse momento?
Se você está com 38 ou 39 anos, ou sente que está atravessando uma crise de identidade, propósito ou estrutura de vida, pode ser o momento ideal para olhar com mais profundidade para o seu mapa astral. Uma leitura astrológica pode ajudar a nomear processos inconscientes, reconhecer ciclos e identificar oportunidades ocultas de crescimento.
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Bom dia!
ResponderExcluirTenho ascendente em capricórnio aos 29 graus. Hoje, plutão entra em conjunção exata com meu ascendente. sei que serão 3 meses que simplesmente não sei o que esperar que se possa acontecer. Farei 38 anos dia 29/12. Todavia, me encontro em paz e posso dizer que até então feliz. Em 2022 antes da retrogradação de plutão, fez conjunção também e quase perdi o movimento das pernas, uma crise de hernia de disco que me fez perdr o emprego maravilhoso e bem remunerado que eu tinha, além de quase perder meu apartamento. Depois disso consegui recuperar tudo de forma muito mais prospera. Então seja lá o que vier, que seja o melhor pra mim1
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