Wesak – A Lenda do Festival de Buda e a Grande Invocação

Olá, amigos!

Recebi este texto há muitos anos e ele permanece vivo em mim. Compartilho agora esta reescrita, que nasce da minha escuta espiritual, do respeito à tradição esotérica e do desejo de manter essa sabedoria acessível a quem busca expandir a consciência.

O Festival de Wesak acontece todos os anos durante a Lua Cheia de Touro. Para além do simbolismo budista, que associa a data ao nascimento, iluminação e partida de Siddhartha Gautama, Wesak é também considerado, por tradições esotéricas, o momento mais sagrado do ano: quando a bênção de Deus toca a Terra por meio de dois grandes seres de luz — Buda e Cristo, em união de propósito.

Diz a lenda que, nessa ocasião, uma cerimônia espiritual ocorre em um vale secreto dos Himalaias, onde se reúnem Mestres, iniciados, devas e seres de luz vindos de diferentes planos. O lugar, invisível aos olhos físicos, manifesta-se no plano etérico — uma realidade sutil, mas tão viva quanto o mundo tangível.

O Vale Sagrado

O vale tem a forma de um cálice, cercado por altas montanhas em todas as direções, exceto ao nordeste, onde se abre como uma passagem estreita — um portal natural por onde a luz pode entrar. As encostas são cobertas por árvores ancestrais, mas o centro do vale é limpo, revestido apenas por um tapete de relva dura. Lá, repousa uma rocha lisa e plana. Sobre ela, repousa um vaso de cristal cheio de água pura.

À medida que a Lua Cheia se aproxima, peregrinos silenciosos começam a chegar. Monges, lamas, discípulos, servidores da luz, todos em estado de oração. Muitos vêm em corpo físico; outros chegam em sonhos ou projeção consciente. Todos se alinham em direção ao norte, onde a cerimônia acontecerá.

E ali, nos planos mais sutis, se reúnem os grandes Instrutores da humanidade — a Hierarquia Espiritual do planeta.

 Os Três Grandes Senhores

Diante da rocha, voltados para o nordeste, estão os Três Grandes Senhores:

• O Cristo, no centro, canalizando o Amor divino;
• O Manú, à direita, guardião das formas e raças;
• O Mestre Rakoczi, à esquerda, portador da Vontade criativa.

A presença desses três representa os grandes aspectos da manifestação: Amor, Forma e Consciência. E, ao redor deles, formam-se círculos concêntricos com Mestres, Iniciados e discípulos de todos os graus.

Todos esperam… em profundo silêncio.

Estão presentes os regentes de todos os tipos de energia: os Mestres Morya, Koot Humi, Veneziano, Serapis, Hilarion e Iniciados, discípulos e aspirantes espirituais.

O Canto da Expectativa

Quando a Lua se aproxima de seu ápice no céu, uma quietude se instala. Nada mais se move — apenas a respiração da Terra e o silêncio das almas em sintonia. A um sinal sutil, os Grandes Seres iniciam um canto sagrado. São entoados mantras antigos, que não pertencem a nenhuma religião, mas sim ao coração da Criação.

Os mestres formam três círculos concêntricos, dançando em silêncio com a vibração. Os sons se entrelaçam em espirais invisíveis de luz. Então, uma presença começa a se revelar no centro: uma figura majestosa, envolta em manto branco, cabelos caindo em ondas, olhos como faróis de compaixão — é o Cristo, o Instrutor do Mundo, aquele que ancora o amor na consciência planetária.

Em suas mãos, ele carrega o Cetro de Poder, presenteado pelo Ancião dos Dias — uma ferramenta sagrada que nenhum outro ser pode tocar. Na ponta do cetro, diamantes irradiam luz azul-dourada. Diante dele, os círculos de mestres inclinam-se em reverência.

A Geometria do Sagrado

Guiados pela presença do Cristo, os mestres reorganizam-se em formas geométricas vivas: um círculo se transforma em cruz, a cruz em triângulo, o triângulo em estrela de seis pontas, e depois em pentagrama — símbolo da alma humana em expansão. Em cada formação, uma energia diferente se ancora no campo vibracional da Terra. É uma dança de consciência, onde os corpos se tornam canais, e o espaço, altar.

No centro de tudo, permanece o Cristo. À sua direita, o Manú. À sua esquerda, o Mestre Rakoczi. Em torno deles, Mestres como Morya, Koot Humi, Serapis, Hilarion, Jesus, e muitos outros que velam silenciosamente pela evolução da humanidade.

E então... o momento se aproxima.

A Descida do Buda

Pouco antes da hora exata da Lua Cheia, um ponto de luz surge no céu ao norte. Ele cresce, aproxima-se, transforma-se em uma silhueta dourada. É o Buda, em postura de lótus, envolto por um manto cor de açafrão, banhado por uma luz viva e vibrante. Sua mão direita está erguida, em gesto de bênção universal.

Quando ele paira sobre a rocha sagrada, o Cristo entoa, com voz firme e serena, a Grande Invocação. Todos os presentes, nos diferentes planos, prostram-se tocando a Terra com suas frontes. Nesse instante, algo grandioso acontece:

a Terra e o Céu se tocam.

A humanidade e a divindade se encontram em um único respiro.

A Bênção

Buda transmite ao Cristo a energia do Primeiro Raio — a Vontade divina. O Cristo a transforma em Vontade ao Bem, e então, estendendo suas mãos, ergue o vaso de cristal sobre sua cabeça. A água, magnetizada com essa energia cósmica, torna-se veículo de cura e bênção para toda a humanidade.

Logo após, Buda lentamente se recolhe. Sua luz se dissolve no céu, como um sol que se retira atrás das montanhas. A cerimônia dura apenas oito minutos — mas seu impacto reverbera por todo o planeta, por todo o ciclo lunar, por toda a alma sensível que estiver pronta para recebê-lo.

A Comunhão da Água

Com a partida do Buda, o Cristo dá início à última etapa da cerimônia: a comunhão da água. Ele distribui simbolicamente as bênçãos contidas no vaso cristalino aos Iniciados e servidores presentes, nos planos visível e invisível. Essa é a semente de uma nova consciência, que será regada nas semanas seguintes.

Essa água sagrada — símbolo da Era de Aquário, o tempo do “Portador da Água” — carrega propriedades curativas. Ela representa a luz que desceu e se tornou acessível. A multidão se dispersa em silêncio, retornando ao mundo visível, levando consigo o que foi recebido em espírito.

A Verdade do Invisível

Tal é a lenda.

Ou talvez, tal seja a realidade, se ousarmos reconhecê-la.

Wesak não é apenas um mito ou uma cerimônia oculta. É um convite interior, um chamado para alinhar mente, coração e alma ao propósito divino. A cada ano, podemos participar dessa celebração nos recolhendo em oração, silêncio, jejum, meditação ou repetição da Grande Invocação — especialmente nos dias que antecedem e sucedem o Plenilúnio.

Quando a humanidade despertar para essa sabedoria, paz na Terra e boa vontade entre os homens deixarão de ser uma utopia, e passarão a ser uma realidade viva. Tudo começa na consciência de cada um de nós.

A Grande Invocação

Durante o momento máximo da cerimônia de Wesak, quando Buda paira sobre o vale e o Cristo está no centro da formação sagrada, a humanidade eleva sua súplica mais luminosa. É neste instante que se entoa, em uníssono, a oração que sintetiza o Plano Divino:

A GRANDE INVOCAÇÃO

Do ponto de Luz na Mente de Deus,
Flui luz às mentes dos homens;
A Luz desce à Terra.

Do ponto de Amor no Coração de Deus,
Flui amor aos corações dos homens;
O Cristo está na Terra.

Do centro onde a Vontade de Deus é conhecida,
Guia o Propósito as pequenas vontades dos homens,
O Propósito que os Mestres conhecem e servem.

Do centro a que chamamos raça dos homens
Realiza-se o Plano de Amor e de Luz
E sela-se para sempre a porta onde habita o mal.

A Luz, o Amor e o Poder restabelecem o Plano na Terra.

Essa oração pode (e deve) ser recitada nos dias que antecedem e sucedem a Lua Cheia de Touro. Repeti-la em estado de atenção e silêncio interior é uma forma de participar conscientemente da grande cerimônia, onde quer que você esteja.

Que a bênção de Wesak floresça em nossos corações como luz, serviço e consciência. Sigamos unidos na jornada da alma.

Com carinho,
Marcelo Dalla