
O Som Primordial do Universo
A sílaba OM é considerada por diversas escolas espirituais, mestres e tradições o som primordial que deu origem a toda a criação. É vista como o princípio, o meio e o fim — a expressão da totalidade e da unidade cósmica. Na visão das antigas tradições indianas, esse som contém em si toda a vibração do universo e, por isso, é chamado de mátriká mantra, o mantra-matriz do qual todos os outros mantras derivam.
OM no Mandukya Upanishad
O Mandukya Upanishad, um dos textos mais curtos e profundos da filosofia védica, afirma que OM é “aquele que existiu e existirá sempre”. Os Upanishads fazem parte das escrituras filosófico-espirituais associadas aos Vedas — as mais antigas da Índia e base de todo o pensamento hindu. Esse texto descreve OM como a totalidade da existência e um portal para a realização espiritual, revelando que sua prática conduz à compreensão da natureza última da realidade.
Nos Vedas, OM é definido como “aquele que tudo inclui, a origem e o fim do Universo”. É a vibração que permeia todos os planos da existência, desde o mais sutil até o mais material. Por isso, está presente tanto nas práticas de Yoga e Meditação quanto em escolas esotéricas e ocultistas ao redor do mundo.
O Poder Espiritual e Energético de OM
Entoado corretamente, OM tem o poder de ressonar com a essência divina de quem o pratica. Sua vibração estimula todos os corpos sutis do ser humano — físico, emocional, mental e espiritual. É um som que protege, harmoniza e abençoa, funcionando como um elo entre o indivíduo e o infinito. Considerado a semente (bija) de todos os mantras, OM é utilizado como base em inúmeras práticas espirituais e energéticas.
Quem pratica o mantra OM no Reiki, seja mentalizando o símbolo ou vocalizando-o, desenvolve maior clareza mental e diminui a tendência de se prender a ilusões. Essa prática potencializa a percepção energética e facilita a sintonia com estados elevados de consciência. Não por acaso, o OM também é símbolo de diversos ramos do Yoga e de sistemas esotéricos e ocultistas, sendo visto como um código universal para conexão espiritual.
O Significado das Três Letras: A, U e M
O símbolo do OM é formado por três sílabas — A, U e M — que sintetizam, ao mesmo tempo, os três estados fundamentais da consciência humana e as forças cósmicas que sustentam o universo, segundo o Pranavopanishad. Cada uma delas se conecta a um elemento, a uma divindade da trindade hindu e a um aspecto do ciclo universal:
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A (Nirman) – Representa o estado desperto, o início da entoação e o contato direto com o mundo físico. Simboliza a criação de tudo, associada a Brahma, o criador, e ao elemento Terra.
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U (Shiti) – Corresponde ao estado sutil do sonho, ligado à imaginação e ao plano mental mais refinado. Expressa a preservação do universo, associada a Vishnu, o preservador, e ao elemento Água.
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M (Pralaya) – Refere-se ao mundo causal e ao sono profundo, momento em que todas as experiências se dissolvem no silêncio absoluto. Simboliza a transformação e dissolução, associada a Shiva, o destruidor e portador da iluminação, e ao elemento Fogo.
Além desses três elementos centrais, o símbolo do OM engloba ainda os outros dois elementos essenciais da existência: Ar e Éter. O Ar representa o movimento e a comunicação entre os planos, enquanto o Éter simboliza o espaço sagrado que contém e conecta tudo.
Assim, o OM não é apenas um som sagrado, mas a própria representação da totalidade — unindo consciência, forças divinas e elementos que sustentam a vida.
Como Entoar o Mantra OM
A entoação do OM deve ser feita com respiração profunda e regular, sempre na expiração e sem tremor na voz. O corpo precisa estar totalmente relaxado, mas com a coluna ereta, permitindo que a energia flua livremente.
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Preparação
Sente-se confortavelmente, relaxe os ombros e feche suavemente os olhos. Inspire profundamente pelo nariz. -
Início com “A”
Comece com a boca aberta, língua tocando o palato mole (fundo do céu da boca) e garganta relaxada. O som deve vir do centro do crânio, vibrando a garganta e o peito. -
Transição para “O”
Leve a língua mais para trás sem fechar a boca. Isso transforma naturalmente o “A” em “O”, mantendo a ressonância. -
Encerramento com “M”
Ainda sem fechar a boca totalmente, deixe que a língua interrompa parcialmente a passagem de ar, direcionando-o para as narinas. Surge então o “M” prolongado, vibrando no crânio. Você pode tocar o peito e a testa com as mãos para sentir a vibração subindo. -
Variação Simplificada
Outra forma é começar diretamente pelo som “O”, com a boca bem aberta e musculatura do rosto relaxada, seguido por um “M” longo e suave, diminuindo gradualmente o tom até que o som se dissolva no silêncio.
Sete Formas de Praticar o Mantra OM
O aperfeiçoamento da vocalização do OM depende da persistência e da prática regular. Com o tempo, além de promover estados de paz e alinhamento, essas práticas também estimulam o desenvolvimento de poderes psíquicos (siddhis) e aprofundam a sensibilidade espiritual.
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Repetição contínua – Entoar “Om – Om – Om – Om…” em sequência por um período prolongado. Essa técnica estimula a concentração e favorece a meditação profunda.
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Som prolongado – Ooooooommmm contínuo, sustentando a vibração do início ao fim da expiração. Essa forma potencializa a energia vital e desperta os siddhis.
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Ênfase no Ó – Pronunciar “Om” com destaque para a vogal Ó, produzindo forte vibração na caixa craniana e ativando os chakras superiores.
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Sopro com OM – Entoar OM soltando o ar suavemente, enviando mentalmente essa vibração a uma pessoa, animal ou objeto, com a intenção de harmonia. Técnica útil em práticas como Reiki à distância.
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Foco no M – Iniciar com a boca fechada e prolongar o som do M: “Ohmmmmmmmmmm…”. Essa prática é especialmente revitalizante, recarregando as energias do praticante.
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OM completo e expansivo – “Áaãóoõúuummmmmmmmm”, variação que percorre diferentes frequências sonoras. Atua globalmente, energizando corpos sutis, nadis e chakras, e facilitando estados ampliados de consciência.
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OM contínuo em grupo – “Õõõõõmmmmmm…”, sustentado de forma coletiva, em que uma pessoa inicia quando outra termina, criando um fluxo sonoro ininterrupto. Considerado o mais poderoso, só pode ser realizado em grupo.
Conclusão
O mantra OM é muito mais do que um som sagrado: é um caminho de reconexão com a essência e com o ritmo natural do universo. Sua prática regular harmoniza mente, corpo e espírito, expande a consciência e nos lembra de que fazemos parte de um todo maior. Seja entoado de forma individual ou coletiva, em silêncio mental ou em voz alta, OM atua como um fio invisível que nos liga ao sagrado.
Este é um tema vasto, que atravessa tradições, filosofias e práticas espirituais milenares. O que compartilhO aqui é apenas uma introdução — há ainda muito a pesquisar, aprender e experimentar. Cada pessoa pode descobrir, por meio da vivência direta, a profundidade e o poder transformador desse som primordial.
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