Cordões Energéticos: O Que São e Como Dissolvê-los com Consciência



Os fios invisíveis que nos ligam

Todos nós já tivemos a sensação de estar presos a alguém ou a alguma situação do passado. Às vezes, mesmo após um relacionamento ou uma experiência ter terminado, ainda sentimos que parte de nós ficou lá atrás, ligada ao outro por algo invisível. É a isso que muitas tradições chamam de fios energéticos: cordões sutis que nos conectam a pessoas, memórias, emoções e até a ideais.

Mas afinal, esses cordões energéticos são reais? Para alguns, eles existem como extensões do nosso campo energético, visíveis em práticas espirituais ou terapias sutis. Para outros, são uma metáfora poderosa para explicar vínculos emocionais e psíquicos que nos prendem sem que percebamos. O mais interessante é que não precisamos escolher entre uma visão ou outra. Esses fios podem ser ao mesmo tempo simbólicos e energéticos, uma linguagem que traduz tanto os processos invisíveis da psique quanto os movimentos sutis da alma.

Compreender essa rede de conexões é essencial para não ficarmos aprisionados ao passado e para resgatar a energia que nos torna inteiros no presente.


O que são os fios energéticos?

A imagem dos fios que nos ligam não é exclusiva de uma tradição. Diversas culturas e práticas espirituais descrevem cordões sutis que conectam os seres humanos uns aos outros. No campo da espiritualidade, eles são vistos como extensões do nosso corpo energético, partindo dos chakras ou da aura, e criando canais de troca que permanecem ativos mesmo à distância.

Do ponto de vista psicológico, esses fios podem ser entendidos como vínculos emocionais: memórias, afetos, ressentimentos ou expectativas que continuamos a projetar sobre alguém. Nesse sentido, o fio é a forma simbólica de algo que, na prática, se manifesta como apego ou repetição de padrões.

Já no plano simbólico, esses cordões são arquétipos universais. Eles representam a experiência comum de estar ligado a outro ser ou a uma situação de forma tão intensa que parte da nossa energia fica retida ali. É uma metáfora que atravessa culturas porque traduz algo que todos reconhecemos em nossa própria vida.

Assim, os fios energéticos podem ser compreendidos como realidade sutil, metáfora psicológica ou símbolo espiritual — e talvez como a integração de todas essas visões.



A carga do passado

Quando não resolvemos certas situações ou deixamos mágoas em aberto, esses fios se tornam mais densos e pesados. É como se carregássemos uma rede às costas, cheia de lembranças, culpas e expectativas que insistem em nos puxar para trás. Essa carga invisível consome nossa energia vital e nos mantém presos a histórias antigas, dificultando a presença no agora.

Muitos desses fios funcionam como correntes que nos ligam a emoções estagnadas. Um ressentimento não curado, uma relação interrompida de forma brusca, um fracasso não aceito — tudo isso pode criar cordões que permanecem ativos por anos, às vezes décadas. Continuamos investindo energia ali, mesmo sem perceber, e essa energia deixa de estar disponível para nossos novos caminhos.

O resultado é a sensação de estar preso a um ciclo repetitivo, arrastando as mesmas memórias e dores, como alguém que tenta avançar levando consigo um trenó pesado. Só quando reconhecemos essa carga é que podemos começar a soltar os fios que já cumpriram seu papel, para que a vida volte a fluir com mais leveza.


Libertar-se dos fios

Libertar-se não significa negar o que vivemos ou apagar lembranças, mas resgatar a energia que deixamos presa ao outro ou ao passado. Quando reconhecemos que parte de nós ficou projetada em alguém ou em uma situação, podemos chamar de volta essa força vital, integrando-a novamente em nosso presente.

O perdão é uma das chaves mais poderosas nesse processo. Ao perdoar, deixamos de alimentar expectativas, ressentimentos ou desejos de vingança. Isso não absolve o outro de responsabilidades, mas dissolve a carga que nos mantinha presos. Liberar o outro é, na verdade, libertar a nós mesmos.

Outro caminho é a aceitação. Quando acolhemos os fatos como aconteceram — sem romantizar, mas também sem continuar lutando contra eles — encerramos um ciclo de gasto energético. A vida deixa de ser arrastada pelo “deveria ter sido” e passa a se abrir ao “é assim que foi, e agora sigo adiante”.

Assim, os fios não precisam ser cortados à força, mas dissolvidos pela consciência, pelo perdão e pela aceitação. Aos poucos, eles perdem força e se desfazem, devolvendo nossa energia ao presente.


Práticas de dissolução e reconexão

Existem diferentes maneiras de lidar com os fios que nos prendem. Em muitos casos, eles se dissolvem naturalmente quando deixamos de alimentá-los com pensamentos e emoções, ou quando praticamos o perdão e a aceitação. Visualizações meditativas podem apoiar esse processo: ao imaginar os cordões se desfazendo em luz, recuperamos a energia que estava projetada no outro e a reintegramos em nós mesmos.

Por outro lado, há situações em que os vínculos são tão densos ou persistentes que se faz necessário um ato mais direto. Diversas tradições espirituais e terapêuticas utilizam práticas de corte de cordões energéticos: no Reiki, em atendimentos de bioenergética, em constelações familiares, em processos de regressão, em rituais xamânicos ou em trabalhos de limpeza espiritual. O gesto simbólico de cortar os fios pode ser profundamente libertador, marcando o encerramento de um ciclo e a escolha consciente de seguir adiante.

O ho’oponopono também pode ser integrado a esse processo. Suas afirmações — Sinto muito. Me perdoe. Eu te amo. Sou grato. — funcionam como um bálsamo que desfaz expectativas e dissolve ressentimentos. Particularmentem gosto de acrescentar uma quinta frase: Sigo em frente! Essa expressão reforça a intenção de não permanecer preso ao passado.

Seja pela dissolução gradual ou pelo corte terapêutico, a proposta é sempre a mesma: liberar a energia que ficou retida, recuperar vitalidade e inteireza para seguir adiante com mais leveza.


O tema dos fios energéticos também foi retratado por artistas visionários. O pintor norte-americano Alex Grey, conhecido por sua arte espiritual, ilustra em muitas de suas obras os cordões sutis que nos conectam a outros seres e ao cosmos. Suas imagens revelam, de forma simbólica e quase didática, aquilo que tradições espirituais descrevem há séculos: a vida como uma rede de vínculos energéticos que podemos nutrir, transformar ou liberar. Veja mais criações do artista aqui no blog.

Conclusão

Os fios que nos ligam uns aos outros - também chamados de cordões energéticos - podem ser vistos como energias sutis, metáforas psíquicas ou símbolos universais. Independentemente da linguagem escolhida, todos reconhecemos essa experiência: parte de nós pode permanecer presa ao passado, a pessoas ou a situações que já não fazem mais sentido. Esses vínculos podem nutrir, mas também podem nos aprisionar.

A arte visionária de Alex Grey nos lembra que não estamos falando de abstrações distantes. Seus quadros revelam, em cores e formas, esses cordões que se estendem entre pessoas e mundos, mostrando que somos parte de uma grande rede viva. E que temos a responsabilidade de cuidar de como nos ligamos, de quem nutrimos e de onde investimos nossa vitalidade.

Tomar consciência deles é o primeiro passo. Em alguns casos, os fios se dissolvem naturalmente, quando perdoamos, aceitamos e deixamos de alimentar antigas expectativas. Em outros, o corte terapêutico se torna necessário, e aí entram as práticas espirituais, meditativas e energéticas que marcam simbolicamente o fim de um ciclo. Seja qual for o caminho, o objetivo é sempre o mesmo: recuperar a energia que nos pertence e voltar a estar inteiros no presente.

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22 Comentários

Os comentários são o maior estímulo pra este trabalho. Obrigado!

  1. Muito bom,mas o coraçaõ fica apertadinho ao dizermos adeus,quando ainda sentimos o pulsar no peito...

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  2. Nossa, parece que foi realmente no momento em que eu precisava!

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  3. Ah meu querido ,como são importantes estes fios....Quero tornar público meu agradecimento ao Divino que tornou possível minha ligação com você e tantos outros amigos que levam conhecimento com amor por este rede extensa que é nossa vida.Um axé bem grande pra ti!

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  4. Daniella: fico feliz que gostou, seja sempre bem vinda!!! Bom fim de semana pra vc tb!!!
    bjosss

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  5. Anônimo: o processo consiste justamente em curar esse coração apertadinho.

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  6. Chris T: Que bom!!!!!Isso se chama SINCRONICIDADE.
    Bjossssssss

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  7. Andrea querida: que prazer ler seu coment!!! Tb quero agradecer por te te conhecido e por toda essa rede de amor.
    Outro Axé bem grande pra vc!!!

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  8. Recuperando energias deixadas pelo caminho...LUZ e PAZ Agradecendo Helô

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  9. Helô: isso mesmo, vamos q vamos!!!
    LUZ e PAZ
    bjos

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  10. Muito bom o texto, ótima reflexão. Para auxiliar no processo de desamarras, indico o floral Gravatá do sistema Filhas de Gaia, uma ferramenta muito eficaz.
    Beijo e ótimo final de semana

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  11. Ótimo texto Mrcelo!
    Tanto para aprender não é mesmo?!!!!
    Bjs.

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  12. Não por acaso a vida me trouxe a conhecer esse blog. Quero deixar aqui minha gratidão por isso ter acontecido. Desde então todos os dias passo por aqui e sempre encontro algo positivo e enriquecedor pra minha vida!
    Um grande abraço.

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  13. Muito importante este post Marcelo!
    E o remédio realmente é o perdão.
    Lembrando que quando ficamos impressionados com um fato desagradável, catastrófico ou à assuntos similares aos que andam ocorrendo mundo afora nesses tempos o mesmo ocorre..ficamos atados ao que nos impressiona e atraímos o que não gostamos para a nossa vida. Criamos verdadeiras avenidas energéticas!
    Vigiar os pensamentos e os sentimentos é IMPORTANTÍSSIMO. E a lei do perdão é definitivamente a solução.
    Vou partilhar com toda a certeza!
    A música continua encantando...
    Beijos grandes agradecidos.
    Astrid Annabelle

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  14. Muito bom, no Feng Shui também é muito enfatizado que a vida só segue em frente quando nos desfazemos dos nós do passado.
    Nem sempre é fácil, mas no tempo devido, o perdão e o desapego chegam.
    Beijos e muita Luz.

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  15. Também gostei muito...
    Adorei !
    Vou compartilhar...muitos beijos

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  16. Este comentário foi removido por um administrador do blog.

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  17. Gosto muito de vir aquí porque sempre saio com um exercício pra pôr em prática quando tenho dificuldade com alguma coisa.
    Fiz a algum tempo atrás um post falando sobre a minha dificuldade de perdoar. Falei muito nesses fios que nos prendem,que sugam nossas energias,que poderiam estar sendo gastas com novos amores, com nossa prosperidade e nossa alegria.
    Enfim... é isso.
    Pra variar, amei o seu post.
    Bjo grande e muita prosperidade pra vc....

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  18. Muito bom esse texto, e realmente só depois que aprendemos a perdoar percebemos o quanto a nossa vida muda e tudo passa a ficar mais facil, mais simples!!!
    Digo por experiencia propria.
    Abçs

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  19. Não foi à toa que o Mestre dos Mestres disse que o perdão liberta...

    Agora uma pergunta... O que o gato está fazendo em cima do piano, hein?

    bjs

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  20. Olá lindo seu blog, adorei as postagens ! Maravilhoso !
    Vou segui-lo !
    Me faça uma visitinha também, e venha conhecer meu trabalho,e deixe sua opinião.
    Se gostar do meu trabalho e quiser me ajudar fazendo uma postagem com algum brinco irei adorar.
    Sua presença é será sempre bem vinda !
    Um Grande Abraço !
    Carlos J Oliver, designer de Jóias
    http://evolutionjoias.blogspot.com

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  21. Oi Marcelo, td bem? Vim aqui hoje procurar algo sobre sincronicidade e encontrei esse texto falando dos fios, muito interessante e verdadeiro.
    Esses fios nos fortalecem e nos prendem se não soubermos larga´-los, eu tenho uma amiga que sempre faz uma oração exatamente com essas palavras " Sinto muito, me perdoe, te amo e sou grato" mas ela ainda acrescenta: Eu te perdoo"

    Um beijo e boa semana!
    Rafaela

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