Amigos!
Há algumas semanas atrás visitei a 29ª Bienal de São Paulo e trago algumas fotos da exposição pra vocês. Trago também alguns questionamentos. Devo ser sincero: salvo uma ou outra obra de arte que realmente impressiona, traz algo de novo e de belo, o resto é simplesmente o resto.
Lógico, não quero desmerecer a iniciativa do projeto. Levar arte pras pessoas com uma big exposição gratuita é sempre louvável. Mas fiquei com a impressão de que é muito fácil ser artista nos tempos atuais. Não importa tanto a técnica, mas sim o conceito. Basta ter uma idéia “inteligente” pra montar uma instalação, reunir alguns objetos, dizer que é arte e pronto.
Vi muito vídeo (na verdade, depois de certo momento, nem entrava mais nas salas de vídeo), muita fotografia, instalações cenográficas com objetos históricos e peças de antiquários. Cadê as telas com pinturas lindamente executadas? Cadê as esculturas? E as instalações surpreendentes? Algumas poucas e só.
O tema deste ano foi a arte política. Dizem os curadores que “é impossível separar a arte da política”. Não concordo. É possível sim e na minha modesta opinião, até prefiro. Assunto polêmico esse...
Muuuuuuuuuuuuito já se refletiu e se filosofou a respeito do papel da arte e quem sou eu pra discutir com filósofos, pensadores e especialistas. Salve o livre-arbítrio e a liberdade de expressão! Mas pra mim (pra vocês pode ser diferente, que fique bem claro) a arte deve inspirar, encantar, trazer beleza, surpreender, mostrar saídas e soluções, ou no mínimo levantar questões.
De fato, saí de lá com muitas perguntas:
- Vídeos monótonos são arte?
- Objetos de antiquário são arte?
- Uma mesa posta com toalhas e cartas de jogo é arte?
- Uma instalação com plásticos dependurados e folhas de jornal no chão é arte?
- Cadeiras enfileiradas com os pés cortados, de frente pra uma parede branca são arte?
Tudo bem, essas instalações por certo estavam inseridas dentro de um contexto que não entendi.
Enfim, digo que vale visitar a exposição que segue até 12 de dezembro e tirar suas próprias conclusões. Repito, não quero desmerecê-la. A arte legítima também está lá, entre tanta coisa duvidosa.
Fotos da minha amiga Daniela Sarmento