quarta-feira, 18 de março de 2009

Uma parábola

Imaginem um pequeno aquário (feito de vidro espelhado por dentro) encerrado dentro de um outro aquário, maior. Os peixes que estão no aquário maior podem ver o que acontece dentro do aquário menor, mas o peixes que estão no aquário menor não podem ver além dele. O aquário menor é a única realidade desses seres. Imagine que o aquário maior contém água salgada e anêmonas, caranguejos e todas as espécies de peixes extraordinários. O aquário menor contém água doce e peixinhos dourados.

O vidro do aquário menor está ficando cada vez mais fino. Pequenas quantidades de água salgada estão se infiltrando por suas paredes e os peixinhos dourados são forçados a desenvolver-se muito rapidamente para poder adaptar-se a essa mudança ambiental. À medida que as paredes se tornam mais finas, os peixinhos dourados começam a perceber vagamente os seres do aquário maior. Alguns peixinhos dourados encaram os outros peixes como inimigos e procuram a todo custo defender seu aquário de uma invasão iminente. Eles vêem nas anêmonas o Mal e acusam outros peixinhos dourados de serem “influenciados pela anêmonas”. Esses peixinhos dourados escondem o medo que sentem, criando um clima de terror à sua volta.

Alguns peixinhos dourados concluem que os peixes do aquário maior estiveram controlando o aquário deles o tempo todo. Eles consideram a si mesmos, e a todos os outos peixinhos dourados, pobres vítimas. Supõem que as criaturas que vivem do outro lado da parede de vidro os mantiveram no aquário menor com o propósito único de um dia devorá-los. À medida que as paredes do aquário menor se desfazem, eles se sentem cada vez mais aterrorizados.

Alguns dos peixinhos dourados vêem os peixes do outro lado das paredes de vidro como seres sagrados, superiores e todo-poderosos. Esses peixinhos abrem mão do seu poder interior e, confusos, oscilam entre o sentimento de terem sido especialmente eleitos e o sentimento de completa inutilidade. Procuram interpretar as mensagens ocultas de seus “mestres” e fundamentam suas ações e crenças nessas mensagens. Nadam de um lado para o outro no pequeno aquário, criando com isso muita agitação sem nenhum efeito duradouro.

Outros peixinhos dourados vêem os seres do aquário maior como irmãos e ficam maravilhados diante das variações milagrosas usadas pelo “Grande Peixe” para se expressar. Esses peixinhos dourados sabem que a evolução de sua espécie, a dissolução do aquário e até mesmo as reações de medo, o desespero e o sentimento de inutilidade dos outros peixinhos dourados fazem parte das barbatanas do “Peixe Grande”. Eles seguem o espírito do Grande Peixe em cada brânquia e em cada barbatana. Entram em êxtase enquanto se preparam para nadar em águas mais profundas.


Do livro “O Que é Corpo de Luz” – mensagem do Arcanjo Ariel canalizada por Tashira Tachi-ren (editora Pensamento).

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